sábado, 25 de setembro de 2010

De Vez Em Quando Ela Me Amava.

Certa época da vida colhi um amor de dar gosto. Apesar de jamais me amar, esse amor saía de mim tão meu que chegava a ser egocêntrico mesmo despejado aos teus chãos. Amar sozinha doía. 
E eu me sentia tão distante do mundo, tão saudosa de ti quando não te tinha por perto que ficava doente e louca e incompreensível nas palavras e devaneios e te pedia que viesse e que voltasse e que me amasse um pouco por favor por amor por caridade. Eu desejava o teu carinho.
Nunca te tive como posse ou prêmio. Nunca te quis minha porque não eras o meu destino. Eu apenas gostava mais do roxo quando estava contigo. Eu simplesmente corava ao teu lado. Sentia-me viva! E era tão boa aquela sensação que eu me questionava se existiria algo melhor, se aquele não era o ápice da felicidade. E, vezenquando eu até pensava que sentias o mesmo por mim e deixava de lado a vergonha de amar tanto sem ouvir nada. 
E as palavras doces já não eram tão doces se não acompanhadas  do teu nome. E os dias bonitos já não eram tão bem-vindos quando não me permitias a tua presença. Eu te quis tanto! Eu quis tanto que tu me amasses que, certo dia, inquieta e cansada, abandonei tudo. Tu não viestes atrás de mim, eu estava debilitada demais para ir até ti e assim nos perdemos. 
Quando eu penso - porque ainda penso em ti - em tudo o que passamos, em tudo o que passei, em toda essa fantasia de amor perfeito que montei pra que eu pudesse ter meu conto de fadas, eu quase sonho que sentias alguma coisa boa quando tocavas minhas mãos e acariciavas meus cabelos. Ela de vez em quando me amava. 

Um comentário:

Sunflower disse...

Tá vendo esse teu texto? concordo. O problema é que muito pequena uma tia me disse: "ame a todos que passarem por você." Ela me fodeu.